As Otites estão entre as patologias mais comuns na rotina do Médico Veterinário Clínico de Pequenos Animais. Muitas vezes seu diagnóstico é complexo, sendo um grande desafio encontrar o agente causador, e nos casos de otites crônicas e recorrentes, encontrar e tratar os fatores perpetuantes.
CLASSIFICAÇÃO DAS OTITES E AGENTES CAUSADORES
As Otites podem ser classificadas de acordo com diferentes critérios. Mas talvez a classificação que seja mais útil para o clínico seja aquela baseada na localização da lesão: as Otites Externas (OE), que ocorrem no epitélio que reveste o conduto auditivo externo, e as Otites Médias (OM), que acometem o chamado ouvido médio.
Em geral, a OM decorre de uma otite externa crônica que evolui com ruptura do tímpano e distribuição bilateral. Alguns autores afirmam que a OM pode ser encontrada em cerca de 82,6% dos quadros de OE canina, e relatam uma diferença nos microrganismos isolados.
Os microrganismos mais frequentemente isolados de OE canina são o fungo Malassezia pachydermatis e a bactéria Staphylococcus intermedius associados ou não a bastonetes Gram-negativos, embora outras espécies tenham sido descritas. Quanto à otite média (OM) canina, destacam-se S. intermedius, Streptococcus sp. e Pseudomonas sp.
SINTOMAS
A otite externa é caracterizada por sinais de inflamação como eritema (vermelhidão) da parte interna da orelha, edema (inchaço), ulceração na parte interna dos condutos, dor na palpação e pela presença de secreções nos ouvidos. Essas secreções podem ter um mau odor característico.
O animal pode ainda apresentar um balançar de cabeça frequente, prurido, evidência de auto traumatismos (escoriações, hematoma aural, dermatite úmida aguda) e corrimento otológico.
Um estudo brasileiro mensurou a presença dos sinais clínicos mais frequentes nos animais acometidos, e encontrou as seguintes prevalências: lesões no pavilhão auricular (72%), presença de otalgia (12%) e alteração do posicionamento do pavilhão auricular (12%).
No exame otoscópico, observaram-se: pontos hemorrágicos (87%), erosão no epitélio do conduto auditivo (80%) e presença de corpos estranhos no conduto auditivo (43%).
Quanto à membrana timpânica, a otoscopia revelou: ruptura parcial ou total (18%) e não visualização (20%). Nos casos em que a membrana timpânica estava íntegra (62%), as alterações observadas foram: abaulamento (82,3%), hemorragia (14,5%) e espessamento (3,2%).
Uma solução completa
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RAÇAS E PREDISPOSIÇÕES
As raças com orelhas pendentes e com pelos abundantes, como Cockers, Basset Hound, Beagle, entre outras, são tidas como mais propensas a desenvolver os quadros de Otite. Animais mais jovens, com menos de 5 anos, também são mais acometidos.
Animais que ficam em contato constante com ambientes muito úmidos ou que nadem frequentemente, também podem estar predispostos, pois a umidade excessiva causa a maceração do estrato córneo e estimula as glândulas ceruminosas, o que pode levar ao desencadeamento do quadro.
DICAS PARA OS PROPRIETÁRIOS
Fique atento aos sintomas: o animal coçando ou sacudindo constantemente uma ou ambas as orelhas, que evita o toque e carinho nesta região, deve ser levado ao Médico Veterinário imediatamente. Não tente realizar limpezas ou tratamentos caseiros, ou utilizar remédios sem prescrição veterinária.
A maioria dos medicamentos possui ação anti-inflamatória, e por isso irá amenizar os sintomas. Mas, não necessariamente você estará tratando o fator causal corretamente. O que irá acontecer é que o caso muito provavelmente se tornará crônico e retornará com ainda mais intensidade.
Lembre-se que somente o Médico Veterinário poderá fazer um correto diagnóstico e prescrever a melhor solução para o tratamento adequado de seu animal.
Referências consultadas
- APPELT, C. E.; CAVALCANTE, L. F. H. Malassezia pachydermatis em cães e sua susceptibilidade aos antifúngicos azóis: revisão de literatura. Veterinária em Foco, v.6 n.1 p.21-28 jul./dez. 2008.
- OLIVEIRA, L.C.; BRILHANTE, R.S.N.; CUNHA, A.M.S.; CARVALHO, C.B.M. Perfil de isolamento microbiano em cães com otite média e externa associadas. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, n.6, p.1009-1017, 2006.
- NOBRE, M.; MEIRELES, M.; GASPAR, L. F.; PEREIRA, D.; SCHRAMM, R.; SCHUCH, L. F.; SOUZA, L.; SOUZA, L. Malassezia pachydermatis e outros agentes infecciosos nas otites externas e dermatites em cães. Ciência Rural, v. 28, n. 3 , 1998.
Fonte: @vetsmart
https://www.vetsmart.com.br/cg/estudo/13542/otites-em-caes